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Todas as pessoas têm conhecimentos.
Não há ninguém que saiba tudo;
Não há ninguém que não saiba nada!
Freire.

terça-feira, 2 de junho de 2015

CONHECIMENTO CIENTÍFICO E SENSO COMUM

1)    Quais são as características do conhecimento científico e as do conhecimento do senso comum ou empírico?
Em sua obra intitulada “Convite a Filosofia”, Marilena Chauí, debate sobre alguns pontos essências a Atitude Científica, como também para com o senso comum. Ela busca salientar as diferenças entre esses pontos, com exemplos e conceitos que propiciam ao leitor uma compreensão dos fatos atribuídos. Pois bem, a questão acima, solicita descrever quais são as diferenças entre Conhecimento Cientifico e Conhecimento Empírico, segue um quadro comparativo sobre ambos os pontos:

CONHECIMENTO CIENTÍFICO
CONHECIMENTO EMPÍRICO
Objetivos
Subjetivos
Quantitativos
Qualitativos
Homogêneo
Heterogêneo
Generalizador de acordo com as mesmas leis
Generalizadores de opiniões e ideias
Diferenciadores daquilo que parece ser igual, desde que obedeçam as estruturas diferentes.
Estabelecem relações de causa e efeito por meio das generalizações
Somente ocorre relações causais depois de investigar a natureza ou estrutura do fato estudados e suas relações com outros semelhantes ou diferentes.
A regularidade, constância, repetição e diferença das coisas não surpreendem e não chamam a atenção. O Extraordinário sim, os surpreende.
A regularidade, constância, frequência, repetição e a diferença das coisas é surpreendente, onde o extraordinário é algo particular do que é regular.
Investigação científica é o mesmo que magia
A investigação Cientifica não é magia, é aquilo que opera para que ocorra um desencadeamento do mundo, onde ocorrem as relações racionais que podem ser conhecidas e que tais conhecimentos podem ser transmitidos a todos.
Projetam no mundo sentimentos de angustia e medo por conta do desconhecido.
Com o conhecimento, o homem pode libertar-se do medo.
Criam-se preconceitos, com os quais são interpretados a realidade que cerca os sujeitos e todos os acontecimentos.
Renovar e modificar estão sempre presentes na investigação científica.

Separam-se os elementos objetivos e subjetivos de um fenômeno.
Constroem um fenômeno com um objeto de conhecimento.
Demostram e provam os resultados obtidos durante uma investigação científica.
Relacionam um fato isolado com outros fatos, de forma a integra-lo em uma explicação racional unificada.

“formular um conjunto sintético de conceitos que expliquem e interpretem as causas e os efeitos, as relações de dependência, identidade e diferença entre todos os objetos que constituem o campo investigado.”





Assim, ela ressalta ainda que o senso comum é baseado em costumes, formalismo e histórias. Já a já a investigação científica é baseada em “pesquisas, investigações metódicas e sistemáticas e na exigência de que as teorias sejam internamente coerentes e digam a verdade sobre a realidade”.
Dewey (1979) retrata que o pensamento empírico dá lugar a doutrinas que quando inculcadas e transmitidas, podem-se converter-se em dogmas. Desta maneira, relata ainda que os homens acabam tornando-se ao longo do tempo “depositários e transmissores – instrutores – das doutrinas estabelecidas".


2)    Como o professor deve trabalhar com estas diferenças em sala de aula?
O professor deve trabalhar e desenvolver estas diferenças a todo o instante, pois muitos estudantes trazem consigo o senso comum, onde muitas vezes é no ambiente escolar que tomam ciência do conhecimento científico.
Desta forma, é preciso levantar questionamentos sobre o empírico e aplicar assim o conhecimento científico, mostrar o conceito de outra forma, outro olhar, com afirmações, investigações que comprovem como tal fato é realmente, e não, como acham que ele é. E ainda ressaltar que isso não é uma verdade única, que estará sujeita a novas investigações, pois, ela não é uma doutrina.

CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. 13ª Ed. São Paulo: Ática, 2004. Unidade 7 – Cap. 1- A atitude cientifica, Cap. 2 – A ciência na história e Cap. 3 – As ciências humanas.


DEWEY, John. Como pensamos. Tradução: Haydée Camargo Campos. $ª Ed. São Paulo: Nacional, 1979ª. Atualidades pedagógicas; vol. 2. Cap. 13 – O pensamento empírico e o pensamento científico. P. 188-200.

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